Nutrição comportamental: quem tem medo de sentir fome?

Ela pode vir nos horários de costume, pertinho do meio dia. Ou, em um momento de distração e, no susto, precisamos obedecer.

Levante a mão quem nunca ficou envergonhado quando a barriga roncou tão alto que até o colega do lado ouviu. Fome, por definição é a sensação física que traduz o desejo ou a necessidade de se alimentar.

Ou seja, é seu corpo te mandando um alerta, como quando a luz do tanque reserva do seu carro acende. Esse sinal acontece no estômago, porém, é reconhecido no cérebro, e os dois se comunicam por hormônios, como a grelina.

Grelina, o “hormônio da fome”

Mas não é ela quem faz o estômago roncar. Quem faz isso são movimentos involuntários que acontecem. Logo, se seu estômago está vazio, ele acaba fazendo barulho.

No nosso corpo, todas as sensações que acontecem são enviadas por sinais para nosso cérebro interpretar. Por exemplo, nossa pele sente frio, mas quem interpreta é o cérebro. Quem está apertado é a bexiga, mas quem avisa que devemos ir ao banheiro é o cérebro.

Quando esses sinais são interpretados, temos a capacidade de agir sobre eles, ou seja, comer quando a barriga ronca.

A verdade é que, a única vez que nos alimentamos única e exclusivamente por fome, é quando mamamos pela primeira vez em nossas mães. Depois disso, começamos a unir a fome com a vontade de comer, com afeto e com carinho. Nasce aí a sua VONTADE de se alimentar, além da necessidade fisiológica de nutrientes.

Assim, a fome passa a ser muito mais do que apenas uma barriga roncando, e vira também uma necessidade emocional. Com a ditadura da magreza e das dietas, se alimentar por prazer ou quando se tem fome virou quase uma rebeldia. Frases como “se é gostoso não pode engolir” ou “devemos enganar nossa fome” já foram repetidas muitas vezes por aí.

Mas como confiar novamente na sua fome e ter a certeza que seu corpo
sabe do que ele precisa? 

Como conseguir se reconectar com esse sinal tão primitivo, que é seu corpo te avisando que você precisa comer?

Vamos fazer um exercício.

Pense no dia que você mais sentiu fome na vida. Vá passando por essa lembrança e reconhecendo o que seu corpo sentiu, o que seu cérebro te falou, reconheça esse desconforto. Agora, pense em um dia que você comeu exatamente com a fome necessária para a refeição. Pense no conforto que foi comer nesse momento. Por último, pense naquela vez que você comeu sem fome alguma, apenas porque tinha que comer de três em três horas.

Em qual ocasião você prefere comer? Essa sensação e esse reconhecimento já está dentro de você. Basta respeitar.

Nutricionista especializada em doenças crônicas e comportamento alimentar. Ajudo pessoas a reconhecer, entender e melhorar sua relação com a comida em busca de uma saúde física, mental e social mais completa.

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