Slow Parenting: A Casa é a Primeira Escola e os Pais são os Primeiros Professores

 

Slow Parenting Dicas

Imagem: GettyImages

A casa é a primeira escola e os pais são os primeiros professores. Esse é um dos dez princípios do movimento Slow Parenting. A sugestão não é que se siga da noite para o dia cada um deles à risca. Mas que se estude sobre eles, tente incorporar na sua rotina o conceito que está sendo proposta da melhor forma que couber para a sua família.

Nesse momento, não importa se o seu filho já está frequentando uma escolinha ou não. O ambiente de aprendizado e a figura de um mestre transmitindo conhecimento já foi incorporado no momento que o bebê chegou na sua casa e assim será até ele sair dela, como um adulto.

Compreender e valorizar essa função é extremamente importante. Hoje, principalmente em grandes centros como São Paulo, temos ótimos espaços com atividades realizadas por profissionais com propostas para estimular o desenvolvimento de cada fase do bebê e da criança, como aulas de exploração sensorial, musicalização, aula de motricidade, dentre outras.

Isto tudo gera também um convívio dessas crianças entre si, principalmente as que não tem no seu dia a dia o hábito de conviver com outras crianças, o que é sempre muito positivo.

Se permita redescobrir o mundo junto com o seu filho

Por outro lado, principalmente aos pais de primeira viagem e de uma geração mais nova, existe uma insegurança de que para o bom desenvolvimento de uma criança ela precise desses estímulos externos.

A inspiração que quero deixar aqui, é a de que possamos valorizar esse papel importante que é a parentalidade, olhando um pouco para as gerações passadas, e assim nos conectando um pouco mais com a nossa intuição de pais.

Somos os primeiros professores de nossos filhos e temos total capacidade para orientá-los nessas primeiras explorações do mundo. Além disso, será uma bela oportunidade para por meio dos olhos de uma criança ressignificarmos o mundo que já vivemos há tanto tempo.

Afinal de contas, do que as crianças precisam?

Claro que podemos aproveitar esses ambientes com ótimos educadores e materiais criados para aguçarem a imaginação dos pequenos, mas não é uma necessidade premente.

Quando exploramos o nosso bairro a caminho da padaria mais próxima, da banca de jornal, cantamos a nossa música predileta e brincamos MUITO, estamos desenvolvendo todas essas habilidades que comentamos. Isso tudo faz parte de um cotidiano bem corriqueiro da criação de uma criança.

Na visão antroposófica de Rudolf Steiner, o que precisa ser apresentado para uma criança em cada fase é:

  • De 0 a 7 anos é a bondade que se encontra no mundo
  • Entre 7 a 14 anos é a beleza do mundo
  • Dos 14 até 21 anos é a verdade do mundo

Sobre essa visão podemos falar melhor em outros textos, mas de forma prática, o que isso quer dizer?

Significa que precisamos nos ocupar como pais ou como pertencentes de uma rede de apoio de alguma criança em fortalecer vínculos duradouros, criar experiências marcantes em suas vidas, dar espaço para que elas experimentem as pequenas descobertas do dia a dia sem pressa, sem pressão, para que toda essa “memória emocional” um dia possa ser acessada nos momentos de dificuldade – que com certeza passarão.

Mergulhe de cabeça na rotina do seu filho

A sugestão aqui não é fugir da rotina de tarefas do seu filho, ou tentar transformá-la em algo espetacular cheio de intervenções, porque sabemos que os cuidados do dia a dia são básicos, rítmicos e assim devem ser até para transmitir segurança para a criança.

São eles também que vão ato após ato estreitando o vínculo afetivo entre cuidador e criança. Que tal mudarmos o nosso olhar diante dessa rotina, enxergá-la através de uma outra consciência?

Disponha-se a participar de alguns momentos dessa rotina básica de cuidados, daqueles que você sabe que poderá se comprometer a participar regularmente e conseguirá cumprir diante a agenda cheia de afazeres, e nesses momentos entregue-se 100%:

  1. Esqueça celulares (não é hora de fazer os vídeos de família ou os posts para as redes sociais)
  2. Não se preocupe com formatos predeterminados. Ex: tem que comer sentado a mesa sem levantar o tempo todo, tem que lavar o cabelo todos os banhos, tem que um monte de coisa né?
  3. Use o tempo a seu favor, fique o tempo que você achar necessário naquela atividade.

Essas são só algumas dicas para dar uma forcinha nessa conexão inicial, mas você verá que a cada atividade que farão juntos nesses moldes, você criará uma maneira diferente de agir, e algo que pode parecer pesado, repetitivo, cansativo e até desnecessário vai se tornar uma enorme oportunidade de conexão, de cumplicidade, de aprendizado entre vocês.

Quer ambiente mais propício e estimulante do que esse? E professores mais preparados e empenhados para que o aluno tenha simplesmente o melhor do mundo do que nós, pais? Vai ser muito gostoso, tenho certeza 😊

Quer entrar em contato com a Nínive, psicanalista infantil? ninivecav@gmail.com e @connect_br no Instagram.

Mãe da Helena, psicanalista infantil, fascinada pelo universo kids muito antes de participar ativamente dele - na época só o marketing preenchia os meus dias de trabalho. O que sempre esteve presente na minha vida foi o interesse pelo conhecimento, uma coisa bem geminiana, não é? E isso sempre me fez conhecer um pouco sobre cada assunto e hoje me trouxe até aqui.

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