Slow parenting: Quando é preciso dar mais do que se tem

Ter filhos definitivamente muda nossa maneira de agir, nossa maneira de olhar o mundo, a forma como nos cobramos e a maneira como somos percebidos.

Para mim uma imagem muito clara da maternidade é a de uma estrada em construção ao mesmo tempo em que está sendo trilhada, vocês já tiveram essa sensação?

Sabe aqueles momentos que é preciso ter mais paciência, quando estamos diante de uma crise de birra, e dentro de nós sentimos como se um vulcão estivesse entrando erupção?

Ou quando sabemos que o melhor a fazer é criar um ambiente tranquilo e de paz, para que nossos filhos possam sentir-se seguros para alimentar-se bem ou dormir tranquilos; e a nossa preocupação excessiva sobre se eles conseguirão atingir seus marcos, se desenvolverem, só nos gera uma ansiedade enorme?

Com certeza vamos passar por muitos momentos como esses, em que pode parecer que é preciso se dar mais do que se tem.

Até pode ser que você ache que naquele momento você realmente não tenha aquilo a oferecer, e pode realmente não ter, mas saiba que só de sentir essa necessidade, você já desperta dentro de si essa virtude e poderá seguir um caminho em direção à ela, dia após dia, se assim quiser.

Isso quer dizer que nem sempre a paciência que precisamos para educar nossos filhos, por exemplo, estará a nossa disposição em todas as situações.

Ainda que saibamos que somente com ela vamos conseguir alcançar o que pretendemos, muitas vezes precisamos semeá-la dentro de nós, ao mesmo tempo em que resolvemos as situações cotidianas e assim, pouco a pouco, ela será incorporada aos nossos valores.

E sabe como nossas crianças percebem toda essa movimentação? É subjetivo, mas os efeitos você pode ver na prática.

Elas sentem nosso esforço em direção a essa virtude: ensinamos através do exemplo que você pode alcançar o que desejar; percebem que muitas vezes conseguimos manifesta-la e em outras vezes ainda é uma tarefa difícil de exercer. Ensinamos através do exemplo que o que importa é o processo que percorremos e o aprendizado que levamos dele. 

Imagem: Andrey Pavlov/Stocksy

O resultado nítido de tudo isso é a própria criança agindo como se aquela virtude já estivesse incorporada no ambiente em que ela vive, sentindo-se segura para dormir, por exemplo, ou tranquila para alimentar-se, seja qual for a atitude que estava sendo esperada dela.

Por isso, não se preocupe em estar 100% preparado para todas as situações que podem surgir durante a criação de um filho, ocupe-se sim em buscar conhecimento para ter mais elementos e passar por essas fases, ocupe-se em colocar atenção nas manifestações do seu filho para compreender o que ele está querendo te comunicar e, principalmente, ocupe-se em ter disposição para mudar sempre que necessário.


Quer entrar em contato com a Nínive, psicanalista infantil? ninivecav@gmail.com e @kinder_connect no Instagram.

Mãe da Helena, psicanalista infantil, fascinada pelo universo kids muito antes de participar ativamente dele - na época só o marketing preenchia os meus dias de trabalho. O que sempre esteve presente na minha vida foi o interesse pelo conhecimento, uma coisa bem geminiana, não é? E isso sempre me fez conhecer um pouco sobre cada assunto e hoje me trouxe até aqui.

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