
Slow Parenting: a equilibrista

No ano passado me tornei mãe da pequena Helena. Tudo o que eu havia estudado através da psicanálise e outros tantos anos de observação das crianças a minha volta (porque sempre fui fascinada por esses pequenos), se transformou em um curso superintenso, sem chance alguma de você estudar a matéria antes das provas e com um professor extremamente rígido: nosso bebê.
Assim iniciou a maternidade em tempo real para mim.
Confesso que como psicanalista infantil, sempre foquei em entender os processos de desenvolvimento das crianças e pouco voltei os meus estudos em quem está por trás dessas belezinhas: nós, mães e pais.
É por isso que, tudo que escrevo para vocês são vivências muitas vezes acontecendo em tempo real na minha vida. Porque mais do que o olhar teórico, busco colocar tudo que estou sentindo e a evolução de um bebê acontecendo em frente aos meus olhos diariamente.
Desde o primeiro instante em que comecei a viver essa experiência, o que mais ouço ou leio sobre o assunto é o quanto devemos saber equilibrar nossos papeis de mãe, mulher, filha, amiga, profissional e indivíduo.
Claro que na vida de uma mulher nós já estamos acostumadas a desempenhar várias funções, mas a maternidade é algo completamente novo, que não nos permitiu nenhum teste antecipado, que nos consome em pensamento muito mais do que qualquer outra tarefa que já desempenhamos, e tudo isso em uma intensidade jamais experimentada antes.
Cá entre nós, ainda não sei se vamos chegar ao dia em que nos sentiremos integralmente equilibradas, mas já aprendi que a busca diária pelo equilíbrio é o que nos difere das mães que éramos no primeiro mês de nossos filhos das que somos hoje em dia.

E o que é esse equilíbrio que buscamos?
É a arte de distribuir de maneira proporcional todos os papeis que desempenhamos. É distribuir de maneira proporcional as nossas expectativas vs. a realidade dos papeis que desempenhamos. É encontrar a melhor distribuição para o nosso tempo.
O equilíbrio torna mais leve o nosso dia a dia, os nossos papeis recebem tempo e energia na medida, conseguimos deixar a melhor marca de nós mesmas em cada uma das nossas tarefas.
E o resultado de tudo isso? O que mais queremos desde o primeiro dia que nos descobrimos mães: que nossos filhos sejam felizes! Jamais esqueçam do poder multiplicador que a nossa felicidade tem na vida e na formação psíquica dos nossos filhos.
É assim que me despeço de vocês e vou ali para mais uma mamada, só que dessa vez mais feliz ainda por ter segurança que vou desempenhar esse papel cada dia melhor.